Polícia alemã mira suspeitos de crimes de ódio na internet

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Agentes fizeram buscas nas casas de 75 suspeitos de terem comemorado a morte de dois policiais em serviço e desdenhado das vítimas. Maioria das mensagens de ódio havia sido postada no Facebook. Aumentam denúncias de alguns tipos de crimes na internet
A polícia alemã fez nesta segunda-feira (20) buscas nas casas de 75 suspeitos de 15 estados em uma operação contra o discurso de ódio na internet. O caso envolve comentários postados na internet que comemoraram o assassinato de dois policiais em serviço, no final de janeiro, e desdenharam das vítimas.
As buscas foram coordenadas pela agência estadual de investigações criminais da Renânia-Palatinado. “O ódio e a campanha de difamação não têm lugar na nossa sociedade”, disse o secretário do Interior da Renânia-Palatinado, Roger Lewentz. “Reagimos com toda a clareza, no mundo real e no virtual.”
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De acordo com Lewentz, 150 suspeitos estão sendo investigados em 172 casos de declarações com relevância criminal, em delitos como perturbar a paz pública ao tolerar crimes e insultar ou denegrir a memória dos falecidos.
“Quando palavras são usadas como armas, é necessário uma ação consistente do governo”, destacou Lewentz. Durante as buscas, foram apreendidos 180 aparelhos como smartphones, notebooks e outros dispositivos digitais.
Os dois policiais foram mortos a tiros durante uma fiscalização de trânsito de rotina, em uma estrada no distrito de Kusel, a cerca de 150 quilômetros de Frankfurt. O crime provocou indignação nacional.
O julgamento do suposto autor dos disparos, acusado de homicídio, começa nesta terça-feira no tribunal distrital de Kaiserslautern. O homem de 39 anos teria matado a dupla de policiais, um homem de 24 anos e uma mulher de 29 anos, para que eles não descobrissem em seu carro provas da caça ilegal de animais.
Imagem de teclado de computador
Jorge Abreu/G1
Maioria dos suspeitos são homens
Entre os suspeitos de cometerem os crimes de ódio estão pessoas de 13 a 67 anos, dos quais 90% são do sexo masculino. A maioria dos discursos de ódio foi registrada no Facebook, seguido de TikTok, YouTube, Twitter, Instagram e Telegram.
As autoridades, que também acompanham as “curtidas” em mensagens de discurso de ódio, esperam que a investigação também previna novos crimes desse tipo.
Nas primeiras três semanas após os assassinatos, a equipe de investigação reuniu mais de 1,6 mil indícios de ódio e discurso de difamação na internet em relação ao caso. De acordo com as autoridades, 509 desses casos eram criminalmente relevantes.
Não foi a primeira ação tomada pelas autoridades investigativas contra autores de mensagens de ódio sobre os assassinatos em Kusel. No início de maio, o Ministério Público de Koblenz denunciou um homem de 55 anos que, logo após o duplo assassinato, teria pedido em vídeos na internet a morte de mais policiais. Segundo os investigadores, ele é um defensor do movimento extremista “Reichsbürger” (cidadãos do Reich), que não reconhece a autoridade do atual Estado alemão, e de teorias da conspiração.
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Fonte: G1 Mundo